Maria Leopoldina
E sua importância na independência do Brasil
Esse é um momento que chamo de “Mulheres Reais”, onde falo um pouco sobre mulheres que fizeram história e que podem nos inspirar. E com certeza Maria Leopoldina, é uma delas, para a história do Brasil.
Maria Leopoldina de Áustria ou Carolina Josefa Leopoldina de Habsburgo-Lorena, foi a primeira esposa do imperador D. Pedro I e a primeira Imperatriz do Brasil. Foi brevemente Rainha Consorte do Reino de Portugal e Algarves entre março e maio de 1826. Ela foi cunhada do Imperador Napoleão Bonaparte, que era casado com sua irmã mais velha, Maria Luísa, por quem tinha grande vínculo. Leopoldina era uma mulher cristã, muito instruída, tinha formação científica e cultural que incluía política internacional e noções de governo.
Em 1822, Maria Leopoldina assinou o decreto da Independência do Brasil de Portugal. Ela usou seus atributos de chefe interina do governo para fazer uma reunião com o Conselho de Estado e assinou os documentos. Seu marido não se encontrava presente no momento, logo a decisão cabia somente a ela, contudo considerou os conselhos de José Bonifácio de Andrada e Silva, quem ela respeitava e admirava a sabedoria. Os brasileiros acreditavam que se D. Pedro I retornasse a Portugal, rebaixaria o país ao “status” de simples Colônia, em vez de um reino unido ao de Portugal. Havia temores de que uma guerra civil separasse a Província de São Paulo do resto do Brasil.
Após a assinatura do decreto, ela enviou uma carta para seu marido para que ele proclamasse a Independência do Brasil. O papel chegou a ele no dia 7 de setembro de 1822, quando D. Pedro proclamou o Brasil livre de Portugal às margens do Rio Ipiranga, em São Paulo. Enquanto aguardava pelo retorno de D. Pedro I, Leopoldina, governante interina de um Brasil já independente, idealizou a bandeira do país. Ela foi coroada imperatriz em 1 de dezembro de 1822, na cerimônia de coroação e sagração de D. Pedro I.
Contudo a vida de Leopoldina não foi fácil. Ela teve uma relação infeliz com D. Pedro I, este que foi extremamente infiel traindo-a diversas vezes, chegando a trazer suas concubinas para o convívio com a esposa, sendo a mais conhecida delas Domitila de Castro, a famosa Marquesa de Santos. D. Pedro I considerava Leopoldina feia e ela mesma se achava assim, chegando acreditar que nunca casaria. Ela teve sete filhos e faleceu ainda jovem, vítima de uma septicemia causada por um aborto espontâneo em 11 de dezembro de 1826, aos 29 anos.
Enfim, muitos estudiosos dizem que todo esse feito de Leopoldina foi por medo de ir para guilhotina e também de que seus filhos perdessem o trono. Tomando isso como certo, seus atos não teriam sido por amor à pátria e sim por sobrevivência. De qualquer forma, este dia tão importante para o povo brasileiro não teria acontecido como conhecemos se não fosse por sua participação. Leopoldina faz parte da nossa história.
Leopoldina foi ou não foi, uma mulher inspiradora? Fez diferença de forma direta na história do Brasil e merece ser mais comentada, exaltada no feriado da independência do Brasil.