Frida Kahlo
Esse é um momento que chamo de “Mulheres Reais”, onde falo um pouco sobre mulheres que fizeram história e que podem nos inspirar. E com certeza Frida Kahlo, é uma delas, no mundo da arte.
Nome completo: Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, foi uma pintora mexicana que criou muitos retratos, auto-retratos e obras inspiradas na natureza e em artefatos mexicanos. Se inspirava na cultura popular do país e, como ela mesma disse, “Pintava sua própria realidade”. Seu estilo de arte era a popular ingênua, já que pertencia a uma artista sem formação acadêmica sistemática. Abordava em suas pinturas questões de identidade, pós-colonialismo, gênero, classe e raça na sociedade mexicana.
O trabalho de Kahlo como artista permaneceu relativamente desconhecido até o final dos anos 1970, quando seu trabalho foi redescoberto por historiadores de arte e ativistas políticos. No início dos anos 1990, ela se tornou uma figura reconhecida na história da arte e também considerada um ícone no movimento feminista e no movimento LGBTQ. Frida não começou a pintar cedo, talvez tenha se inspirado em seu pai para começar, já que ele tinha a pintura como um passatempo. Frida não estava interessada na arte como uma carreira, mas entre 1922 e 1925, frequentou a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assistiu a aulas de desenho e modelagem.
Frida teve uma vida difícil com relação a saúde, com quadros de doenças, acidentes, lesões e operações. Quando contraiu poliomielite ficou com uma lesão no seu pé direito, chegando a ganhar o apelido de Frida pata de palo (Frida perna de pau). Passou a usar calças, depois longas saias exóticas, o que se tornou uma de suas marcas pessoais. Posteriormente sofreu um grave acidente. O ônibus no qual viajava chocou-se com um trem. O para-choque de um dos veículos perfurou-lhe as costas, causando uma fratura pélvica e hemorragia. Ela quase morreu devido ao acidente e perdeu a possibilidade de ter filhos, pois o acidente comprometeu o seu útero. Ela teve que usar coletes ortopédicos de diversos materiais e até chegou a pintar alguns deles. Foi durante esse período que começou a pintar, usando a caixa de tintas de seu pai e um cavalete adaptado à cama.
Casou-se aos 22 anos com Diego Rivera, em 1929, um relacionamento tumultuado pois os dois tinham temperamentos fortes. A relação era incomum para a época, pois Kahlo, que era bissexual, teve relacionamentos com mulheres, consentidos por seu marido, mesmo elas sendo casadas. Porém com homens, o marido negava. Quando Frida descobre que Rivera estava tendo um caso com sua irmã mais nova, Cristina, eles se separam, mas em 1940 unem-se novamente. Como brigavam mais do que na primeira vez, ela constrói uma casa igual à dele, ao lado, uma ligada à outra por uma ponte, e assim viveram como marido e mulher, mas sem morar juntos.
Frida nasceu em Coyoacán, em 6 de julho de 1907, e morreu na mesma localidade, no dia 13 de julho de 1954. Morreu aparentemente por uma forte pneumonia, mas existem outras duas teorias para sua morte, onde uma delas diz que pode ter morrido de overdose por tantos remédios que tomava e a outra que cometeu suicídio, pois a última anotação em seu diário dizia “Espero que minha partida seja feliz e espero nunca mais regressar”. Quatro anos após a sua morte, sua casa conhecida como “Casa Azul” transformou-se no Museu Frida Kahlo, onde encontram-se as suas cinzas depositadas em uma urna.