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Crítica: Hawkeye

Foram muitas críticas ruins, feitas sobre essa série, que em partes eu concordo e em outras discordo totalmente. A primeira das que discordo totalmente é sobre a série ser a pior da Marvel até o momento, pois nem de longe isso é verdade, na minha opinião. Primeiro que a Marvel não lançou uma série ruim até agora, foram todas ótimas e cada uma com as suas particularidades, levando-se em consideração que as séries estão dando foco em cada personagem e em suas histórias em particular, e isso traz para cada série características diferentes, umas mais voltada para magia, o que dá mais efeitos especiais às cenas como foi nas séries WandaVision e Loki, e outras com cenas muito mais agitadas e cheias de ações como em Falcão e Soldado Invernal.

Já Hawkeye trouxe personagens reais, sem poderes especiais, que estão traumatizados por eventos que ocorreram ao longo de suas vidas, por isso uma narrativa mais lenta e triste. Segundo que é impossível dizer que Hawkeye é a pior série da Marvel, depois de apresentar a personagem Kate Bishop, interpretada pela atriz Hailee Steinfeld, que parece ter nascido para esse papel e foi sensacional em toda a série.

Hawkeye foi baseado em uma HQ premiada do Gavião Arqueiro de 2012, que teve 22 edições, tendo partes extras, exclusivamente sobre Kate Bishop. A narrativa dessas HQs é exatamente como foi apresentada na série e os traços usados nos quadrinhos podem ser vistos na abertura e no encerramento. A ideia dessas HQs era mostrar o lado mais humano de Clint, que é o único dos Vingadores que não tem poderes, nem fator de cura acelerado, entre outras questões que o próprio Clint vive comparando ao longo das HQs. Se o objetivo da série era uma boa adaptação das HQs e apresentar novos personagens, foi bem-sucedida, já que foram inúmeras as referências e contextos das narrativas das HQs presentes na série, além da incrível introdução da personagem Gaviã Arqueira, Kate Bishop.

Foram muitas as críticas sobre a série ter cenas que não fizeram o menor sentido. Nessa a parte tenho que concordar, como por exemplo a briga de Yelena com Kate, estavam as duas lutando lindamente e, do nada, Yelena diz “auu”, em tom de dor, por Kate ter lançado algo em sua direção, mostrando fragilidade. Uma Viúva Negra mostrando fragilidade e dor?! Achei que essa e algumas outras cenas parecidas foram desnecessárias e poderiam sim ter sido mais bem finalizadas, mas a ideia deu para ser entendida, eles quiseram passar que eram como duas irmãs brigando, mas a falha ficou no tempo de relacionamento entre elas, não se teve tempo e dados suficientes na série para essa cena fazer sentido. Tinham que ter colocado mais cenas delas em que esse laço se consolidasse. Ficou tão confusa a relação entre as duas, que muitos acreditaram que elas viriam a ser um casal, o que pode acontecer, já que até o momento ficou aberta a interpretações.

Outra questão que se levantou foi sobre a Eco, interpretada pela atriz Alaqua Cox, dizendo que a personagem pareceu muito fraca e fria para uma personagem que irá ganhar série solo. Para quem já leu alguma HQ que tenha a participação de Eco, ela é assim mesmo, distante, atormentado pela perda do seu pai e que tem problemas auditivos. Também é uma personagem humana, só que com grandes habilidades para luta e com sentidos aguçados, um pouco parecidos com o do Demolidor, este que já tive uma relação com Eco e pode vir a aparecer na série de Eco, interpretado pelo ator Charlie Cox, que já fez uma breve aparição em Homem-Aranha Sem Volta para Casa. Sua presença no filme não foi à toa, afinal a Marvel não faz nada sem motivos. Bom, assim espero, pois seria incrível ver ele na série da Eco. Em defesa da Eco na série Hawkeye, ela não era a estrela de estreia e sim a Kate, ainda assim ela mostrou um pouco de suas habilidades e ainda fez a grande referência de quando atira no seu mentor, o Rei do Crime.

Uma outra personagem que é um grande mistério e que esperemos ter maiores esclarecimentos no futuro é a esposa de Clint, Laura Barton, interpretada pela atriz Linda Cardellini no MCU. Na série, diferentemente dos filmes lançados até o momento, Laura mostrou ser muito mais que só esposa e mãe dos filhos de Clint, ao final da série foi revelado que o relógio com a logo da SHIELD pertencia a ela. Levantou-se a questão de que ela poderia ser Barbara Morse, a Harpia, que já foi casada com Clint nas HQs e teve com ele umas das histórias mais lindas de amor das HQs da Marvel. Só que essa teoria apagaria a existência da atriz Adrianne Palicki, que interpretou Bobbi Morse na série Agentes da SHIELD, o que não é impossível, tendo em vista que as séries WandaVision e Loki já vem mostrando que a série não faz mais parte do MCU.

Em particular o que me deixou um pouco desapontada com a série foi o fato da mãe de Kate, Eleanor, interpretada pela atriz Vera Farmiga, ter sido retratada como uma vilã qualquer, uma simples capanga, que só entrou como aliada do Rei do Crime por questões financeiras e problemas pendentes deixados pelo marido e nada mais. Está certo que ela demonstrou muita coragem para tal ato, mas poxa, nas HQs o pai da Kate é um grande vilão e como na série ele está morto, ao menos poderiam ter explorado melhor essa vilania na mãe de Kate, que assumiu o posto, talvez como Madame Máscara, que é uma vilã e tanto de Kate. Se eu pudesse negativar algo de verdade na série, seria este ponto, gostaria de ter visto essa vilã e seria perfeito ter a visto como a mãe da Kate, mas nada que impeça disso ser reparado no futuro, ainda tenho esperança.

Em resumo, a série foi ótima, com algumas falhas sim, mas é cedo para classificá-la como a pior da Marvel, precisamos levar em consideração os pontos acima e deixar que as próximas produções justifiquem os acontecimentos que não foram muito do agrado dos fãs.

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