Crítica: Mulher-Maravilha 1984
Um dos filmes mais esperados do ano de 2020, foi uma grande decepção. Mulher-Maravilha 1984 tinha tudo para ser uma ótima adaptação, contendo várias referências a cenas ícones nas HQs da Mulher-Maravilha, mas efeitos exagerados e comportamentos sem sentido por parte da personagem Diana, interpretada pela lindíssima atriz Gal Gadot, deixaram o filme ruim.
O filme deixou muito a desejar nas cenas de ação, onde Diana não parecia lutar e sim dançar. Ficou tudo tão coreografado, que perdeu a graça. As olhadas de Diana para câmera com piscadinhas, risinhos, tiraram mais ainda o brilho e a seriedade da ação. Sabemos que a Mulher-Maravilha é incrível e vence qualquer bandido com os pés nas costas, mas forçar a barra mostrando isso não foi tão legal. Diana nas HQs, acima de tudo, é uma mulher modesta e discreta, o que não passou nem perto nas cenas de luta. Por conta desses exageros, o filme perdeu muito da emoção. As cenas onde haviam referências às HQs ficaram sem graça, pode ser pelos efeitos sonoros escolhidos para o momento ou a ênfase exagerada, mas não teve nenhuma referência vibrante, tudo muito raso.
Quanto à sua mais nova amiga nerd/solitária/rejeitada, a Mulher-Leopardo, interpretada pela atriz Kristen Wiig, que tanto queríamos ver como uma super vilã, dando muito trabalho para a Mulher-Maravilha, ficou apagada, retratada de forma frágil, que quando tem uma oportunidade de ser bonita, confiante e poderosa, não quer abrir mão, por conta de saber, agora, andar de salto e atrair atenção.
Barbara, acabou ficando como segundo plano por conta dos atos do principal vilão, Maxwell Lord, interpretado pelo ator Pedro Pascal. Este, por sua vez, teve falhas na construção de seu personagem, em vários momentos não conseguíamos entender seus reais objetivos com os desejos, pois se ele queria ganhar mais poder e importância perante a sociedade, e depois o mundo, como ele não conseguia ver que sem outros humanos isso não seria possível?
Mas calma gente, o filme não é de todo ruim. As cenas do filme são lindas, o figurino como sempre impecável e houve uma boa narrativa. A reintrodução do personagem Steve Trevor, interpretado pelo ator Chris Pine, trazido de volta dos mortos, foi bem aplicada. Ele estava mesmo morto o que não apaga os acontecimentos do filme anterior e não estraga o que estava bom. O fato de Diana estar sozinha por tanto tempo e quase abrir mão de ser uma heroína, só mostra o quanto amava Steve e isso foi comovente. Diana não superou o luto e fica claro, no final do filme, que não irá superar tão cedo, mesmo quando o corpo usado por Steve volta a encontra-la na praça.
A cena em que Diana finalmente tem que abrir mão do seu pedido, que trouxe a vida de Steve de volta, podia ter sido mais trabalhada. Ele simplesmente ficou atrás de uma pilastra, enquanto ela saiu gritando que o amava, deu a impressão que ele nem ouviu, já que estava a maior confusão na rua, naquele momento. Uma das cenas que valeu à pena ter assistido ao filme foi a luta de Diana com a Mulher-Leopardo, onde a heroína usa a sua armadura dourada com asas, sem dúvidas a melhor cena de ação do longa, um dos poucos momentos em que se mostrou a força que a Mulher-Leopardo tem, além do poder de Diana, com ou sem armadura.