Crítica: Moxie – Quando as Garotas vão à Luta

Moxie é um filme americano do tipo comédia dramática, dirigido por Amy Poehler e é baseado no romance de mesmo nome, de 2018, de Jennifer Mathieu. Está disponível no catálogo do streaming da Netflix.
O filme conta a história da personagem Vivian, interpretada pela atriz Hadley Robinson. Ela passa a questionar coisas que acontecem em sua vida e que a incomodam a partir de um trabalho de escola. Tal questionamento, que ela ainda nem sabe por onde começar, vai se mostrando bem claro quando Lucy, interpretada pela atriz Alycia Pascual, uma aluna nova que chega em sua escola, começa a sofrer bullying praticado por um aluno popular.

Em uma conversa com sua mãe é revelado que, na época de escola dela, ela e suas amigas protestavam por tudo. Então, se inspirando em sua mãe, mas de forma anônima por vergonha e medo do que os outros iriam pensar dela, Vivian cria um jornal chamado Moxie. Nesse jornal ela expõe como é ridículo os pensamentos e brincadeiras direcionadas às mulheres, como: Quem é a mais “pegável”, quem tem os peitos e bundas mais atrativo?… Aos poucos, as meninas da escola vão se identificando com o jornal e começam a questionar e confrontar as situações do dia a dia que as incomodam, mas deixavam passar por já estarem habituadas. Ao ver que não precisam se submeterem a isso, elas ficam menos tolerantes com situações que antes baixariam a cabeça e deixariam de lado.

Este, sem dúvidas, é um filme emocionante e motivador para todas as gerações de mulheres, pois quando assistimos às cenas nos identificamos em diversos momentos e em todos nos sentimos violadas, pois nos remete a lembranças de que, em algum momento, nós mulheres já passamos por algo parecido, senão igual, e deixamos passar. A abordagem pode ser exagerada em vários pontos para que o expectador entenda de forma clara e direta o que as mulheres passam todos os dias de forma despercebida pela sociedade. Como, por exemplo, a questão da diretora que não quer apresentar a queixa da aluna que sofreu assédio, algo que pode ser comparado a um ambiente de trabalho. Quando se está sendo assediado por um funcionário engraçadinho e seu superior não quer a dor de cabeça de lidar com papeladas ou até a demissão de um funcionário, por conta de uma reclamação por assédio. A questão da blusa decotada, que também é percebida em qualquer lugar da sociedade, onde as mulheres que têm seios maiores precisam colocar blusas que escondam os seios, pois são julgadas como vulgares.
Do início ao fim, vemos a representação de várias mulheres nessas jovens meninas do filme, questões que já vivenciamos em algum momento ou que vimos alguma mulher passar. Infelizmente, quando abrimos a boca para questionar, repreender, somos rotuladas como feministas chatas. Isso virou um adjetivo com conotação ruim na nossa sociedade e só nos inibe de falar e lutar por nossos diretos básicos, como RESPEITO e IGUALDADE.