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Crítica: Benedetta

Um filme de drama baseado em fatos reais, francês e holandês, dirigido e co-escrito por Paul Verhoeven, estrelado por Virginie Efira como Benedetta Carlini. Benedetta é um filme polêmico e controverso, mas envolto de críticas quanto à religião e ao homossexualismo, que servem até os dias de hoje. Benedetta Carlini (1591-1661) foi uma freira católica mística e lésbica, que viveu na Itália na época da Contrarreforma. Teve sua história contada pela escritora Judith C. Brown, que narrou sua vida no livro Atos Impuros, de 1986, mostrando os acontecimentos que levaram à sua importância arquivista para os historiadores da espiritualidade das mulheres e lesbianismo.

Como também é narrado no filme, Benedetta Carlini nasceu em uma família de classe média italiana, que foi capaz de lhe conceder um lugar em um convento razoavelmente confortável, o Convento de Madre de Deus, na Pescia. Após algum tempo, começou a relatar uma série de visões perturbadoras em que os homens estavam tentando matá-la. Receosa de que a Irmã Benedetta estava sendo assediada por entidades demoníacas, outras irmãs do convento designaram a Irmã Bartolemea para acompanhá-la diariamente. Depois disso, as visões cessaram, apesar de ela ainda alegar ter visitações sobrenaturais. Este fato chamou a atenção do Papado, que na época atuava na Contrarreforma. Após cerca de três ou quatro visitas ao convento, todas seguidas de intensos interrogatórios, descobriu-se que Benedetta Carlini e Bartolemea eram amantes. De acordo com Bartolemea, ela e Irmã Benedetta mantinham relações sexuais há anos. De acordo com o livro de Brown, Benedetta foi despojada de sua primazia como abadessa e, em seguida, mantida sob guarda pelos 35 anos restantes de sua vida. Ela morreu em 1661, enquanto sua ex-amante, a irmã Bartolomea, morreu em 1660.

O filme mostra com mais detalhes a iniciação de Benedetta ao convento e como ela conheceu sua amante. Uma das prováveis críticas que aparecem no filme é o valor pago para estar em um convento, uma crítica à prática da igreja católica de cobrar para servir a Deus. Outra provável crítica é sobre à sexualidade. Benedetta entrou muito cedo para o convento por orientação da família, aparentemente eles viam o dom nela para servir a Cristo e ela acreditava nisso também, mas com o passar dos anos a menina se desenvolve e seus desejos sobressaíram, como com qualquer ser humano. Aí começa a parte polêmica do filme, para mostrar esse lado dela, o filme tende a exagerar nas cenas de desejos sexuais que vem de Benedetta, onde Cristo aparece para ela pedindo certas coisas de forma incomum, talvez, tenha sido a forma que o diretor quis mostrar o misto de desejo dela com o servir a Cristo, mas ficaram desrespeitosas. Muitas cenas foram conflitantes, pois não dava para saber se eram mesmo as visões que ela teve ou se foram mentiras contadas para ficar com sua amante. No geral, o filme não é agradável, pois exagera demais em misturar coisas sagradas e os atos sexuais. Podia-se ter trabalhados os dois juntos, mas sem ser desrespeitoso.

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