Crítica: O Mundo Sombrio de Sabrina
Com 4 temporadas, O Mundo Sombrio de Sabrina chegou ao fim, e o final da última temporada não agradou a muita gente. Tais críticas tem sentido, pois quando o anúncio do cancelamento foi feito pela Netflix, pegou a todos de surpresa, fazendo os roteiristas terem que criar adaptações para as filmagens que estavam em andamento e dar uma conclusão para a série, deixando a última temporada corrida e com vários furos, com um final onde as duas Sabrinas morrem, interpretadas pela atriz Kiernan Shipka.
Levando em conta que a série é baseada na HQ, foi uma boa adaptação. Ambas, série e HQ, são aterrorizantes. Na série, a cada novo episódio você sente à vontade de rezar um Pai Nosso. E poder ver mais da história da bruxinha foi muito bom. O criador da série, Roberto Aguirre-Sacasa disse em seu Twitter: “Obrigado por todo o amor, fãs de Sabrina. Parte 4 é a nossa melhor, e a parte 5, ‘Guerra Bruxa’, teria sido INCRÍVEL. Continua nas páginas dos quadrinhos”. Então, para aqueles que não gostaram do final da série, a história da HQ promete. Nela, veremos o tal crossover com Riverdale, especulado desde o início da série de Sabrina.
O começo do desfecho foi na 3ª temporada, quando Sabrina viaja no tempo para salvar sua família, amigos e a cidade que tanto ama, com isso, surgindo duas Sabrinas. Então, a que voltou no tempo combina com a sua contraparte de que uma viveria como rainha no inferno, enquanto a outra viveria a vida que tanto queria, com seus amigos em Greendale. Mas os Oito Terrores do Sobrenatural são invocados pelo Padre Blackwood, e as Sabrinas precisariam unir forças para combater essas novas ameaças.
Se sentindo culpada, pois sua duplicidade tem causado mais problemas junto aos Terrores do Sobrenatural, fazendo mundos paralelos colidirem, a Sabrina que está vivendo em Greendale pede ajuda a Sabrina que estava vivendo no inferno, bem plena e feliz ao lado do seu marido Calibam, interpretado pelo ator Sam Corlett. Ela aceita encarar o último dos Terrores, se mudando para uma Terra paralela, onde seria uma versão parecida com a que já estava acostumada. Chegando lá, percebe que um dos Terrores, o Vazio, estava dominando tudo e se encaminhando para Greendale. O episódio que mostra essa realidade foi uma homenagem ao sitcom dos anos 90, ‘Sabrina, Aprendiz de Feiticeira’, trazendo Beth Broderick e Caroline Rhea, que interpretaram Zelda e Hilda na série homenageada.
Seguindo adiante, ela foge para avisar a outra Sabrina que o plano não deu certo e que o Vazio estava se aproximando. A cena segue sem logica alguma, pois ao atravessar o espelho que separava as realidades, ela avisa que o Terror está vindo e morre. A questão é: Por que ela morreu? Foi a corridinha? Ataque cardíaco? Sem contar que Salem, que agora falava, parte da homenagem à antiga série, estava em suas mãos e inexplicavelmente desaparece quando ela atravessa o espelho. Cenas sem coesão como esta foram um dos motivos das reclamações do público.
Enfim, é compreensível que no final deveria restar apenas uma Sabrina, justificando a morte da outra. O que não se esperava era que a última Sabrina também morreria, tentando deter o último Terror Sobrenatural, que a primeira não deu conta. Mesmo com todos os pontos mal feitos que a última temporada trouxe, as Sabrinas terem morrido não foi tão ruim, pois mostra ao expectador um final e pronto. A última Sabrina ainda se deu super bem, pois foi para a eternidade com o seu segundo namorado, o feiticeiro Nicholas Scratch, vivido pelo ator Gavin Leatherwood, que morreu de tanta dor pela ausência da amada, afogado nas correntezas do Mar dos Lamentos. Então assim, Sabrina ainda teve um feliz para sempre.