Crítica: Os Novos Mutantes

Foram muitas datas para um filme só, e para piorar, veio a pandemia do Corona Vírus, que dificultou ainda mais o que já estava ruim. Mas vamos esquecer as frustrações e focar no filme. Com pontos positivos e negativos, a trama trouxe personagens femininas fortes e bem desencanadas com o assunto sexualidade. Por outro lado, o filme não entregou todo o terror prometido nos trailers.
O filme dos Novos Mutantes mostrou a história de cinco adolescentes que estão internados em uma instituição que supostamente os ajudaria a controlar seus poderes. Mas tudo ali é suspeito e as coisas começam a ficar estranhas e sombrias com a chegada de um novo membro, Dani, interpretada pela atriz Blu Hunt. Ela faz amizade com Rahne, interpretada pela atriz Maisie Williams, que vai gostando de Dani além de uma simples amizade, e Dani retribui.

A rebelde do grupo é Illyana, interpretada pela atriz Anya Taylor-Joy, que já demonstra não gostar de ninguém e gosta menos ainda da nova integrante. Os meninos da trama, Roberto, interpretado pelo ator Henry Zaga e Sam, vivido por Charlie Heaton, não fizeram muita diferença na história, ficando quase como figurantes na maior parte do tempo, o que foi um tanto frustrante, pois eles poderiam ter sido mais trabalhados, e um deles formar um par com Illyana, mas infelizmente não foi assim.
O clima, antes tenso, começa a ganhar a forma nos maiores medos dos personagens, e parece ser o lugar que está fazendo isso com eles, como uma forma de teste. Os jovens chegam a culpar a Dra. Reyes, interpretada por Alice Braga, e a ferem mortalmente. Mas depois de muita confusão, Illyana percebe que a sonsa e mais boba do grupo é quem está criando tudo aquilo na cabeça deles: Dani. A própria não sabia possuir tais poderes e quando se dá conta estão todos em perigo, inclusive ela, por conta de seu maior medo, um urso místico gigante que está quase matando a todos. Nessa hora todos reúnem seus poderes e forças para vencer o monstro. Quando finalmente terminam, eles se veem sozinhos e sem lar, quando finalmente nasce o que parece uma parceria.

Para os amantes de HQs, que estavam esperando alusões às histórias, o ponto mais alto e emocionante foi o do dragão de Kitty Pryde, o Lockheed, que no mundo normal é um simples fantoche, mas quando está no mundo de Illyana mostra sua verdadeira forma, um dragão poderoso. O que foi uma surpresa bem legal.

No geral, esse é filme bom, fez com que pela primeira vez uma personagem geralmente boba e sem graça nos deixasse de boca aberta e virasse o jogo, se tornando a favorita. Dani, com seus poderes impressionantes, mostrou que a carinha meiga dela não demonstra nem de perto a força que tem e acabou ganhando respeito de todos do grupo, e do público. Os personagens foram bem adaptados das HQs, como disse anteriormente, apenas os meninos foram pouco explorados. Quanto às cenas assustadoras que os trailers mostravam, não chegou nem perto. No desenrolar da trama parecia que o espectador ficaria com a sensação de assistir a um filme de terror, mas a entrega não foi nada parecida com um.